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Braima Camará nomeado primeiro-ministro da Guiné-Bissau

Braima Camará nomeado primeiro-ministro da Guiné-Bissau

O Presidente da República demitiu o governo de sua iniciativa chefiado pelo primeiro-ministro Rui Duarte Barros e nomeou para o cargo Braima Camará. Até há pouco tempo, o líder de uma das alas do MADEM-G15 era conhecido pelas críticas que fazia a Sissoco Embaló.

No passado, Camará atuou no setor empresarial, tendo fundado e presidido a Câmara de Comércio, Indústria, Agricultura e Serviços da Guiné-Bissau (CCIAS), destaca a biografia oficial. Foi ainda deputado e ministro conselheiro do Presidente da República para Assuntos Económicos do Investimento Privado, durante o mandato interino de Malam Bacai Sanhá (1999-2000).

Mais recentemente, enquanto líder de uma das alas do Movimento para a Alternância Democrática (MADEM-G15), Braima Camará foi também uma das vozes mais contundentes em relação ao chefe de Estado, Umaro Sissoco Embaló, acusando-o de pretender instaurar um regime autoritário no país.

Após perder a liderança do MADEM-G15 para a ala liderada por Adja Satú Camará - próxima do Presidente - Camará juntou-se ao líder do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), Domingos Simões Pereira, numa frente de oposição ao regime, tendo ambos assinado em Paris um acordo político para "salvar a democracia e o Estado de Direito".

Nos últimos meses, Camará manteve-se em silêncio, mas reapareceu recentemente com um discurso pacificador, apelando à "reconciliação nacional entre os guineenses". Em julho, circularam imagens nas redes sociais de uma reunião entre Camará e Sissoco Embaló, num hotel em Lisboa.

Após o encontro, o analista político Beto Enfande lembrou em entrevista à DW que Camará foi "uma peça fundamental" para Umaro Sissoco Embaló chegar à Presidência da República.

A nomeação de Camará como primeiro-ministro, poderá agora levantar questões sobre possíveis mudanças na estratégia política de Embaló e sobre o futuro das alianças partidárias na Guiné-Bissau. O país tem eleições legislativas e presidenciais agendadas para 23 de novembro.

Com DW

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