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Bacar Biai dececionou a mim e a muitos outros guineenses.

Lassana Cassama

Jornalista Guine Bissau

Bacar Biai dececionou a mim e a muitos outros guineenses.

Dr. tomei a liberdade, ainda que de forma angustiante e com escorrer de lágrimas, para fazer este exercício e lembrar-lhe sobre os valores e princípios que defendia ou pregava logo que nos conhecemos. Conhecemos-nos no florir da minha profissão, enquanto jornalista, e o Dr., na qualidade de Magistrado e Presidente do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público. Eram longas conversas enredadas sobre a Guiné-Bissau e a sua justiça. Falávamos de corrupção, dos mais sensíveis casos de assassinatos políticos e da sua audácia em desafiar e enfrentar o sistema judicial então reinante. Olhava no Sr., além da humildade, um guineense inconformista e com a ambição de mudar o “status quo”. Até porque um dia desses (das nossas ocasionais conversas na calçada do Ministério Público) lembrei-me de lhe ter dito que, se eu tivesse a oportunidade, ia influenciar a sua nomeação ou nomear o Sr. ao cargo de Procurador-geral da República. Isso, sim, eu disse na altura (podes não lembrar). Mas, não foi de ânimo leve, meu caro “Primo”. Resultou de um profundo crédito no Sr., porquanto era das poucas pessoas com as quais eu falava e que me expressava, com vigor, a vontade de ver as coisas mudarem no meu país.

O Sr. carregava forte espírito de patriotismo e o amor pela Guiné-Bissau. Mas hoje, estou a ver um Bacar irreconhecível. Esse não é o Bacar com quem eu falava sobre a podridão do sistema judicial e da sua complacência com a política. Não, não é ele. Pois, se fosse ele (Bacar Biai que eu conhecia) escolheria demitir-se, ao invés de envolver-se numa dinâmica, sem precedente, de violação dos direitos humanos e de perversão de todas as disposições legais que ainda restavam deste país.

Das quatro vezes que passou pela sua casa (Ministério Público), parece que os registos não lhe são favoráveis. Afinal, o que aconteceu consigo “Primo”. O quê? Há muitas pessoas, como eu, que via em si, uma das âncoras para a esperança da Justiça guineense. Muitos, em anonimato, estão hoje desiludidos com a pessoa que hoje é. Me diz: o que mudou? O que mudou para supostamente perder a sua essência? Essência de um homem que não se importava com as circunstâncias de vida e que lutava contra a injustiça.

Bom, umas opiniões vão, ou, se calhar até o Sr. vai perguntar porque é que não lhe escrevi ou não lhe procurei, em privado, para esta conversa. Não posso e não poderia fazê-lo, porque, com tudo que tenho assistido, não creio que o “Primo” esteja em condições de ouvir ou aceitar certas verdades, porque o Sr. mudou. Se é por força/obrigação ou por vontade, a verdade é que o meu “Primo” Bacar Biai, Procurador-geral da República da Guiné-Bissau, mudou!

 

Até breve!

Lisboa, 23 de abril de 2025.

LC

ARTIGO OPINIAO

Mariam Wahba

Analista de Pesquisa

ARTIGO OPINIAO

Nos primeiros dias da guerra entre Israel e Hamas, o Irão lançou uma ameaça desconcertante: se Israel não cedesse em Gaza, Teerão fecharia o Estreito de Gibraltar, a estreita passagem marítima que separa a África da Europa e liga o Mediterrâneo ao Atlântico. Na época, o aviso pareceu vazio. Nem o Irão nem nenhum de seus aliados conhecidos possuía uma presença militar perto do estreito capaz de tal feito.

Agora, a lógica por trás da ameaça está se tornando clara.

Uma nova reportagem do Washington Post sobre o Hezbollah revela um detalhe crucial: o Irão treinou combatentes da Frente Polisário, sediada na Argélia — um grupo militante que luta pela independência do Saara Ocidental do Marrocos — com centenas agora detidos pelas novas forças da Síria. O Irão frequentemente conta com o Hezbollah para treinar suas outras forças aliadas. A presença da Polisário na Síria, lutando em nome do regime deposto de Bashar al-Assad, apoiado por Teerão, indica até que ponto ela funciona como um aliado iraniano.

Em 2020, os Estados Unidos reconheceram o Saara Ocidental como território marroquino, rejeitando o pedido de secessão da Polisário.

Irão ligado à Polisário via Hezbollah
Embora essa conexão seja alarmante, não é nova. Em 2018, Marrocos acusou Teerão de fornecer apoio financeiro e logístico ao grupo por meio do Hezbollah, representante libanês do Irão.

"Este mês, o Hezbollah enviou mísseis terra-ar SAM9, SAM11 e Strela para a Polisário com a conivência da embaixada iraniana em Argel", disse o Ministro das Relações Exteriores marroquino, Nasser Bourita. Rabat rompeu relações diplomáticas com Teerão devido a esse incidente.

Em 2022, um representante da Frente Polisário afirmou que o Irão forneceria drones kamikazes ao grupo. Algumas semanas depois, o representante marroquino nas Nações Unidas apresentou imagens confirmando que o Irão e o Hezbollah forneceram à Polisário armas avançadas, incluindo drones iranianos.

Em janeiro, vídeos que circularam nas redes sociais simularam um ataque da Polisário ao Marrocos usando drones.

Argélia é a principal apoiadora da Frente Polisário
A Argélia financia a Frente Polisário, fornece armas, emite passaportes para seus membros e abriga sua liderança nos campos de refugiados de Tindouf, perto da sua fronteira com o Marrocos. A Frente Polisário opera com apoio significativo do regime argelino, que a utiliza para pressionar o Marrocos.

Em novembro de 2024, a Frente Polisário disparou foguetes em um festival em comemoração à "Marcha Verde" de 1975 no Marrocos, que viu 350.000 marroquinos marcharem para o território para expulsar as tropas espanholas, que colonizavam o território desde 1847. Os projéteis caíram perto da fronteira com a Argélia. A mídia marroquina noticiou que "o ataque da Frente Polisário foi lançado de dentro do território argelino".

Os laços do grupo com grupos extremistas são profundos. Adnan Abu al-Walid al-Sahrawi — um notório jihadista e ex-emir do Estado Islâmico no Sahel — já ocupou um alto cargo na Frente Polisário. Ele foi morto pelas forças francesas no Mali em 2021. Sua história revela como Tindouf se tornou um terreno fértil para organizações militantes extremistas e um centro de recrutamento jihadista transfronteiriço para a Al-Qaeda no Magrebe Islâmico e o Estado Islâmico.

O custo se estende às crianças. Uma ONG sediada em Genebra declarou ao Conselho de Direitos Humanos da ONU:
"Desde que os campos foram estabelecidos, os líderes da Polisário têm impedido grupos de crianças de concluírem seus estudos — forçando-as a participar de treinamento militar e ações armadas".

O relatório acusa o grupo de explorar sistematicamente milhares de menores para fins políticos e militares.

EUA devem abrir consulado no Saara Ocidental e designar a Frente Polisário como grupo terrorista
O governo Trump deve agir rapidamente para abrir o prometido consulado americano em Dakhla, reforçando o compromisso dos Estados Unidos com a soberania marroquina sobre o Saara Ocidental.

Ao mesmo tempo, os Estados Unidos devem considerar a designação da Frente Polisário como uma organização terrorista estrangeira. Apoiada por financiamento e treinamento iranianos, a Frente Polisário tem como alvo civis e forças de segurança marroquinas — ações direcionadas a um importante aliado dos EUA.

A Frente Polisário também mantém laços profundos com redes jihadistas em toda a África que ameaçam os interesses dos EUA e a estabilidade regional.

Mariam Wahba é analista de pesquisa na FDD.
O FDD é um instituto de pesquisa apartidário, sediado em Washington, D.C., com foco em segurança nacional e política externa.

Jogo das Palavras com Jornalista, Benvindo Neves

Benvindo Neves

Jornalista

Jogo das Palavras com Jornalista, Benvindo Neves

𝗢 𝗞𝗲𝘁𝗰𝗵𝘂𝗽 𝗲 𝗼 𝟯𝟭 𝗱𝗮 𝗦𝗲𝗹𝗲çã𝗼 𝗡𝗮𝗰𝗶𝗼𝗻𝗮𝗹

À partida, "𝘬𝘦𝘵𝘤𝘩𝘶𝘱" e "𝘵𝘳𝘪𝘯𝘵𝘢 𝘦 𝘶𝘮" não fazem parte do mesmo campo semântico. Mas no campo do jogo podem associar-se, perfeitamente.

Cristiano Ronaldo é o responsável por ter feito saltar o famoso molho vermelho da área da culinária para o jargão do futebol. Estava-se nas vésperas do início do Mundial 2010. A seleção portuguesa estagiava em Magaliesburg, uma pequena vila situada na região norte da África do Sul, país sede dessa até agora única Copa do Mundo realizada no nosso continente.

O CR7 passava por uma invulgar seca de golos na sua seleção. Naturalmente, era um dos “casos” que animava a imprensa destacada para cobrir os passos de Portugal na África do Sul. E quando, às véspera do jogo com a Cote d’Ivoire, lhe perguntaram sobre os longos 16 meses de jejum ele atirou: “𝘕ã𝘰 𝘦𝘴𝘵𝘰𝘶 𝘯𝘢𝘥𝘢 𝘱𝘳𝘦𝘰𝘤𝘶𝘱𝘢𝘥𝘰. 𝘖𝘴 𝘨𝘰𝘭𝘰𝘴 𝘴ã𝘰 𝘤𝘰𝘮𝘰 𝘬𝘦𝘵𝘤𝘩𝘶𝘱: 𝘲𝘶𝘢𝘯𝘥𝘰 𝘢𝘱𝘢��𝘦𝘤𝘦𝘮, é 𝘵𝘶𝘥𝘰 𝘥𝘦 𝘶𝘮𝘢 𝘷𝘦𝘻”

Pronto, a coisa pegou! Hoje é mais um clichê do futebolês e eis-me aqui, também, a besuntar de ketchup este Jogo d’Palavra. Tudo por causa da goleadora da nossa seleção feminina de futebol, a Ivânia Moreira “Vá”.

“𝘋𝘪 𝘛𝘹𝘢𝘥𝘢 𝘗𝘰𝘯𝘵𝘢 𝘱𝘢 𝘔𝘶𝘯𝘥𝘶”! É sempre assim que as colegas se dirigem à Vá cada vez que ela faz um golo. Começou a ser assim nos tempos em que desceu da sua aldeia piscatória, no concelho de Santa Cruz, para dar cartas no Seven Stars da Praia. E agora que joga e se destaca fora do país, o slogan ganha mais sentido.

Vá é um caso sério em matéria de golos (e há ano e meio já tinha escrito sobre isso aqui https://www.facebook.com/photo/?fbid=6724015884303044&set=a.113315002039865). Por isso, não demorou a ser chamada à seleção nacional quando ia somando números incríveis de golos no campeonato regional de Santiago Sul.

Habituada a marcar com muita facilidade, Vá demorou a fazer o primeiro na seleção. Até janeiro de 2023, a avançada não tinha qualquer golo com a camisola de Cabo Verde. E nos últimos dois anos marca… 10! É, de longe, a melhor marcadora, com o dobro da segunda melhor, a Evy.

Afinal, o gajo da Madeira tinha razão: “Os golos são como ketchup: quando aparecem, é tudo de uma vez”.

Ontem, nas bancadas do Estádio Nacional, Vá tinha bom pedaço da Achada Ponta a vê-la jogar. Entre eles, pai, irmãos, outros familiares. O progenitor trazia vestido uma camisola do Rio Ave, o novo clube da filha, para onde se transferiu há menos de um mês, proveniente do Amora. Os 11 golos em 14 jogos ao serviço da equipa da Série Sul despertaram atenção dos verdes e brancos do norte de Portugal, equipa mais cotada e que, neste momento, lidera de forma isolada o campeonato da 2ª Divisão. Vá será, com certeza, uma grande mais valia no ataque ao grande objetivo do Rio Ave que passa por chegar à divisão principal do futebol feminino português.

Se ontem frente à Guiné Conacri a Ivânia assinou o seu 10º golo ao serviço de Cabo Verde, a Evy Pereira somou cinco e é agora a segunda melhor marcadora, isolada. Dá gosto ver jogar a menina de Eugénio Lima, sobretudo quando cobra os livres e pontapés de canto. À muita técnica faz questão de acrescentar grandes doses de elegância. E eficácia, já agora! Tudo somado fica delicioso (nem precisa de ketchup).

Evy encantara os amantes do futebol feminino ao serviço da EPIF, mais tarde Seven Stars. Em 2014 consegue uma transferência para Portugal, onde passa mais de uma década. O seu talento leva-a ao Benfica, depois de ter representado Atlético Ouriense e Valadares Gaia. Teve uma lesão grave e, recuperada, relançou a carreira no Braga. Em 2022 vai para o Racing Power e, no início desta temporada dá o salto para o Besiktas, da Turquia. 𝘋𝘪 𝘌𝘶𝘨é𝘯𝘪𝘰 𝘓𝘪𝘮𝘢 𝘱𝘢 𝘔𝘶𝘯𝘥𝘶 pode dizer-se, também.

O duelo desta quarta-feira com a Guiné Conacri assinalou o jogo nº 20 da seleção feminina desde que foi constituída, em novembro de 2018.

Nestes 6 anos e 3 meses de existência são 8 vitórias, 10 derrotas e 2 empates. Ao fazer o 4-1, a capitã Varsénia da Luz assinou o golo 31 da Equipa Nacional, e o terceiro da conta pessoal.

Ah, 31! Para quem está familiarizado com as lides do baralho, Trinta-e-Um é um jogo de cartas bastante popular.

Afinal, 31 e ketchup têm tudo a ver com o jogo da bola. E por agora, encaixam muito bem na seleção comandada pela dupla Nita/Gust.

Sou a favor de eleições como base da legalidade e legitimidade democráticas.

Lassana Cassama

Jornalista Guine Bissau

Sou a favor de eleições como base da legalidade e legitimidade democráticas.

A falência, ou a ausência de convicções políticas e ideológicas de uma boa parte dos homens políticos guineenses e de outros sectores da vida pública nacional, não têm ajudado a democracia guineense. Uma democracia, onde existem ainda os que defendem que as “eleições não são soluções para os problemas da Guiné-Bissau”, disfarçando, assim, as suas insolvências de cultura democrática. É verdade, sim, que as eleições, per si, não resolvem os problemas de um país, quanto mais os enormes da Guiné-Bissau. Mas, é bom que sejamos sérios e dizer que, são através delas [eleições] que fazemos escolhas dos melhores projectos políticos e sociais concorrentes, visando resolver os nossos problemas, além de serem a forte base da legalidade e legitimidade de qualquer que seja o sistema democrático. Assim acontecem em Angola, Moçambique, Cabo-verde, São Tomé e Príncipe, no Senegal, na Gâmbia, e tantos outros países que não estão em regimes militares transitórios.

Portanto, se assim é, mesmo se é por conta de desespero ou frustrações que as eleições nos têm trazido, devemos dizer “sim as eleições” e conformar as nossas actitudes aos princípios democráticos, e cessar, de vez, com estas jogadas de pouca vergonha de GOVERNOS de TRANSIÇÃO, suavizados com o catálogo de GOVERNOS da INICIATIVA PRESIDENCIAL, a menos que sejamos claros em assumir que estamos perante um REGIME PURAMENTE MILITAR. Caso contrário, as eleições têm que acontecer periodicamente, conforme as normas estabelecidas pela lei, descartando o vício de GOVERNOS DE TODOS, baseando nos pactos extra constitucionais. Ou seja, não é que estamos a censurar os pactos ou acordos políticos, até porque são aceitáveis nas democracias genuínas, desde que aconteçam dentro de um quadro normativo.

Ademais, é o nosso entendimento que qualquer acordo ou pacto político deve ser assente nos princípios democráticos e do Estado de Direito, na defesa dos interesses do povo e consubstanciados nas ideologias político-partidárias, e não no pedir e dividir de pastas governamentais, com único objectivo de roubar o que é nosso. As tais conhecidas “pastas gordas” (um dia falarei disso).

Bissau, 04 de novembro de 2024

LC

A oposição política guineense obrigada a uma agenda robusta, própria 𝗲 não imposta ou manipulada.

Lassana Cassama

Jornalista Guine Bissau

A oposição política guineense obrigada a uma agenda robusta, própria 𝗲 não imposta ou manipulada.

O registo de atuação da oposição política guineense face ao atual poder POLÍTICO-MILITAR, na minha modéstia opinião, está ferido de inteligência e muita distração. Não é que faltaram oportunidades para fazer vincar a sua vontade e agenda política (se é que existem), até porque estamos perante mais uma [oportunidade]. O certo é que, independentemente, da carência de interesse coletivo (salvo a dinâmica das últimas semanas), a falta de determinação, consistência e entrega factual por parte de algumas lideranças pela causa da democracia e estado de direito, tem enfraquecido a luta da oposição política guineense, não obstante ter à sua disposição a legitimidade e estruturas teóricas e políticas de a fazer. Sem querer afirmar, em absoluto, que há uma inconstância em certas lideranças políticas, o que não tem ajudado na definição e defesa das suas próprias agendas prioritárias, o poder atual, na pessoa do seu “Comandante em Chefe”, tem demonstrado uma capacidade e perspicácia extraordinária em manipular e impor as suas agendas para o debate público, isto é, em função das circunstâncias, dos seus interesses ou desinteresses. Um dos exemplos mais recentes é o inteligente afastamento do debate público da apreensão da aeronave com cerca de 3 mil quilogramas de droga no aeroporto de Bissau. Hoje, o debate que nos foi vendido e compramos facilmente, como sempre, tem a ver, não só com a interrupção do processo de eleições, em plena campanha eleitoral, mas, sim, com a perspetiva da formação de um Governo de Unidade Nacional, onde, com certeza, muitos esperam participar, o que, se acontecer, irá afrouxar a atual dinâmica da oposição guineense. Esta tática, sustentada, outrossim, com a teoria de que o HOMEM guineense se compra com o DINHEIRO E CARGO tem funcionado a favor do presente regime POLÍTICO-MILITAR. Portanto, não creio que desta vez será diferente. Eh pá! Gostaria muito de estar errado, mas receio que não. Pois, pelo que temos assistido, diríamos que há uma manipulação, e de forma estratégica, da agenda da oposição guineense, baseada na pobre narrativa sobre o jogo da esperteza e da inteligência agremiada com feito militar. Ou seja, o empreendedorismo político guineense, envolvendo o poder e a oposição, leva-nos a concordar que, contrariamente ao que temos ouvido de alguma figura pública, que joga muito na ESPERTEZA e não na INTELIGÊNCIA, a ESPERTEZA tem levado melhor face a ausência da necessária INTELIGÊNCIA da própria oposição guineense. Porque se não, como é que se explica o sistemático metamorfismo nos debates públicos?!

Portanto, é o nosso entendimento que uma agenda própria, robusta e objetiva da oposição política guineense, que não deve ser vista só numa perspetiva de pressão para alguma mudança (seja lá qual for), é obrigatória e necessária, porquanto seria uma contribuição enorme para o debate público, visando fortalecer o nosso sistema DEMOCRÁTICO (se é que ainda vale a pena).

Bissau, 18 de novembro de 2024.