Associação realça importância de Cabo Verde e São Tomé e Príncipe partilharem experiências ambientais

A Associação Amigos da Reserva da Biosfera da Ilha do Príncipe realçou hoje a importância de Cabo Verde e Santo Tomé e Príncipe partilharem experiências e aprendizagens no domínio da protecção ambiental e da gestão sustentável dos ecossistemas.
Luizela Cabral, que representa a associação, falava à imprensa à margem da IV Conferência da Década do Oceano, realizada pela Presidência da República, na ilha do Fogo, 10 e 11, sob o lema “Unindo Saberes, Protegendo os Mares: Ciência Oceânica para Todos”.
“Mas o propósito aqui é protegermos as áreas costeiras marinhas e os nossos peixes, espécies dos peixes que nós temos, sabendo das informações dos painéis que estão aqui a ser apresentados, com certeza absorver algum conhecimento diferente que não temos lá na nossa ilha”, acrescentou.
Sublinhou que a conferência é uma oportunidade de intercâmbio de saberes e de reforço da cooperação entre países que enfrentam desafios semelhantes.
“Nós aprendemos tudo, no que tange à protecção e preservação, temos que absorver todos os conhecimentos, todas as experiências, todas as actividades que sejam benéficas para a nossa associação e vice-versa”, apontou.
Tendo em conta que a ilha toda é a Reserva da Biosfera da Unesco, explicou que a associação surgiu com o intuito de ajudar nas actividades da reserva e tem estado a desenvolver um trabalho na preservação e conservação das florestas, do ambiente e dos ecossistemas costeiros e marinhos, com especial enfoque na protecção dos mangais.
Segundo explicou, estas plantas têm um “papel fundamental” no equilíbrio ambiental, absorvendo três vezes mais carbono do que uma floresta normal e servindo de berçário natural para várias espécies marinhas.
“Mangais é uma planta de ecossistema húmida, que existe nas alas costeiras marinhas e que tem uma importância muito grande para o ambiente e as florestas, além disso, ela serve de berçário para os peixinhos, que vêm desovar nas costas e ela tem esse poder de servir como se fosse um ninho dos peixes para poder fazer as suas desovas”, explicou.
No entanto, referiu que o maior desafio da associação é a falta de financiamento, uma vez que se trata de uma organização de voluntários que depende de projectos e apoios pontuais para desenvolver as suas actividades.
Apesar das dificuldades, reafirmou o compromisso da associação em continuar a trabalhar pela preservação das áreas costeiras e marinhas da Ilha do Príncipe e pela sustentabilidade dos recursos naturais.
Com Inforpress