Independência/50 Anos: PR apela à união dos cabo-verdianos na diferença

O Presidente da República apelou esta sexta feirra,4, à união dos cabo-verdianos a partir das suas diferenças, nas ilhas e na diáspora, para “andarmos mais depressa no processo de modernização e de transformação do país numa terra próspera e de oportunidades”.
“Neste cinquentenário da nossa Independência, marco maior da nossa epopeia colectiva, dirijo-me à Nação cabo-verdiana — com particular ênfase e emoção à nossa vasta e vibrante diáspora, a verdadeira décima primeira ilha da nossa geografia afetiva”, afirmou José Maria Neves, na mensagem que transmitiu esta noite aos cabo-verdianos, por ocasião dos 50 anos de Cabo Verde como país soberano.
O Estado de Cabo Verde, disse o Presidente, continuará firme no cuidado e na defesa dos direitos dos cabo-verdianos espalhados pelo mundo.
“Cabo Verde é o porto seguro de todas as suas filhas e todos os seus filhos, nas ilhas ou na diáspora”, pontuou José Maria Neves, destacando as comunidades cabo-verdianas espalhadas pelo mundo como “força discreta” e o prestígio visível da pátria cabo-verdiana no além-mar.
Para o chefe de Estado, Cabo Verde celebra com orgulho cinco décadas de liberdade e soberania.
“E celebramos, também, o papel insubstituível da diáspora na edificação, projecção e consolidação do nosso destino comum”, frisou Neves, para quem Cabo Verde não seria o que é hoje sem a sua diáspora.
Sublinhou que desde tempos imemoriais, sucessivas gerações de cabo-verdianas e cabo-verdianos partiram em busca de dignidade, sustento e horizontes mais amplos.
“E onde quer que tenham chegado, levaram consigo a alma do arquipélago, entrelaçando uma teia afectiva, económica e simbólica que transformou um pequeno país insular num Estado transnacional”, lançou o mais alto magistrado da nação.
Para José Maria Neves, a diáspora tem sido presença constante e decisiva na vida nacional, desde o apoio quotidiano à subsistência e ao bem-estar de inúmeras famílias, até à resposta solidária em momentos de crise — como ficou exemplarmente demonstrado durante a pandemia da Covid-19.
“Muitos dos que abraçaram a causa da Independência emergiram precisamente do seio da comunidade emigrada”, enfatizou o Presidente da República, lembrando que o contacto com outros povos e o convívio com valores democráticos ajudaram a moldar, de forma decisiva, “a nossa cultura política de tolerância, pluralismo e convivência cívica”.
Segundo ele, para além das remessas financeiras — que continuam a representar uma relevante componente da nossa economia — a diáspora tem sido um “esteio estratégico do desenvolvimento nacional” e tem contribuído com saberes, redes de contacto, capital humano e influência reputacional.
Na sua perspectiva, a diáspora tem sido “pontes indispensáveis” na mobilização de investimentos, no fomento de parcerias, na difusão de uma imagem de Cabo Verde “como país de estabilidade, de confiança e de ambição serena”.
“À semelhança de outras diásporas organizadas e mobilizadas, também a cabo-verdiana tem estado a exercer diplomacia, promovendo, com engenho e convicção, os interesses de Cabo Verde junto de diversas instituições, nomeadamente as de ensino superior, centros de inovação, fóruns económicos e outras plataformas internacionais de diálogo e cooperação”, sublinhou o Presidente da República.
Para Neves, o crioulo, falado com orgulho em todos os continentes, é o “traço mais íntimo da identidade cabo-verdiana”.
José Maria Neves destacou ainda a forma “notável” como os cabo-verdianos se integram plenamente nas sociedades de acolhimento, sem jamais renunciarem aos traços essenciais da sua pertença cultural.
“Um exemplo eloquente é o “Kola San Jon”, hoje elevado a património imaterial da cidade de Lisboa”, enfatizou o chefe de Estado, apelando aos cabo-verdianos da diáspora à “prudência e ao escrupuloso respeito pelas leis dos países de acolhimento e à participação activa na vida cívica dessas sociedades”.
Neves salientou ainda que a resposta mais firme à exclusão é a cidadania activa.
“E a mais nobre homenagem a Cabo Verde é viver com dignidade, elevação e exemplo, em qualquer latitude do mundo”, assegurou.
No entender do Presidente da República, Cabo Verde é o que é porque cada cabo-verdiano, onde quer que esteja, nunca deixou de ser parte essencial do seu destino.
No dia 04 de Julho de 1975, os 56 deputados eleitos a 30 de Junho, representando os 24 círculos eleitorais do país, reuniram-se pelas 16:30 no Salão Nobre da Câmara Municipal da Praia.
Nessa sessão, além do texto da proclamação da República de Cabo Verde, foi aprovada, por unanimidade, a Lei da Organização Política do Estado (LOPE) que atribuiu a Amílcar Cabral o título de Fundador da Nacionalidade.
A Independência Nacional foi proclamada no dia 05 de Julho de 1975 pelo presidente da Assembleia Nacional de Cabo Verde, Abílio Duarte, no Estádio da Várzea, na cidade da Praia".
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