Governo declara estado de contingência na Praia para travar risco de epidemia de dengue e paludismo

O Governo declarou hoje estado de contingência para travar “o risco iminente” de uma nova epidemia de doenças transmitidas por mosquitos, com foco nos bairros do Fonton, Cobom e Várzea, consideradas áreas críticas na cidade da Praia.
A decisão foi anunciada pelo ministro da Saúde, Jorge Figueiredo, durante uma megacampanha de limpeza nos bairros de Fonton e Cobon, por serem zonas consideradas de alto risco.
A iniciativa foi promovida pelo Ministério da Saúde em parceria com a Câmara Municipal da Praia, Delegacia de Saúde da Praia, Instituto Nacional de Saúde Pública, Serviço Nacional da Proteção Civil, Forças Armadas e associação local.
“Neste momento, quero declarar que o Governo assumiu o requerimento no qual cria, portanto, o plano de contingência. O plano de contingência é uma estratégia que o Governo utiliza para podermos usar o fundo de intervenções desta natureza para podermos fazer face às demandas que nesta ocasião se colocam”, decretou.
“Não podíamos ficar inertes e parados”, afirmou, sublinhando que cerca de 90 % de possibilidade de entrada de epidemias como a dengue e o paludismo em Cabo Verde passa por esta zona da capital.
"Isto porque, acrescentou, constatou-se que a possibilidade de surgimento de uma epidemia nesta zona, que afecta a Praia e a ilha de Santiago, e que pode alastrar-se a todas as ilhas, é uma realidade."
Jorge Figueiredo alertou para o “momento muito crítico” que o país atravessa e lembrou que Cabo Verde está há mais de cinco anos isento de epidemias de paludismo, tendo inclusive sido distinguido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2023.
“Não podemos retroceder neste processo histórico de libertar Cabo Verde destas mazelas”, frisou.
Apontou ainda que o “défice visível de contentores e de limpeza pública”, são factores que contribuem para o ambiente propício à proliferação de mosquitos.
O ministro deixou um apelo à população para que assuma o seu papel na prevenção, mantendo a cidade limpa, lamentando a fraca adesão da população na campanha de limpeza.
O Governo espera que, com esta resposta rápida e articulada, seja possível evitar um cenário semelhante ao do ano passado, quando o país enfrentou uma forte epidemia de dengue.
O presidente da Associação Comunitária de Fonton, David Moreno, reconheceu que a adesão da população ainda é fraca, mas garantiu que estão em curso mobilizações para envolver todos os moradores numa grande campanha de limpeza.
“Estamos a fazer a nossa parte com apoio do Ministério da Saúde e outros parceiros, e apelamos a todos que façam também a sua, para erradicarmos o paludismo e garantirmos uma vida saudável em Fonton”, afirmou.
Com Inforpress