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ENTREVISTA: Cuba agradece “apoio firme” de Cabo Verde na luta pelo fim do bloqueio norte-americano

ENTREVISTA: Cuba agradece “apoio firme” de Cabo Verde na luta pelo fim do bloqueio norte-americano

 

O embaixador de Cuba expressou agradecimento pela “posição firme” de Cabo Verde que, pela 33.ª vez, votou nas Nações Unidas, a favor da resolução cubana que exige levantamento do bloqueio imposto pelos EUA a Cuba.
Turcos Miguel Esquivel López, falava à Inforpress a propósito do apelo de Cabo Verde ao levantamento “imediato e incondicional” do bloqueio económico, comercial e financeiro imposto pelos Estados Unidos contra Cuba, na 21.ª sessão plenária do 80º período de sessões da Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU), que decorreu em Setembro último.
O diplomata, que destacou o gesto como uma demonstração de solidariedade, considerou que a posição de Cabo Verde reforça o compromisso com os princípios do direito internacional e com a defesa da justiça e da dignidade dos povos, sublinhando que o bloqueio, vigente há mais de seis décadas, continua a causar sérios prejuízos económicos e sociais ao povo cubano.
"Nós agradecemos, apreciamos a posição de Cabo Verde, não só nesta ocasião, esta é a 33.ª vez que tem lugar a votação nas Nações Unidas da resolução cubana, onde se demanda o levantamento do bloqueio contra Cuba”, precisou o embaixador, que agradeceu também a posição dos países lusófonos.
Segundo o diplomata, Cabo Verde tem mantido uma postura “coerente e solidária” desde 1992, votando consistentemente a favor da resolução cubana e condenando, tanto nas Nações Unidas como na União Africana, as medidas unilaterais impostas pelos Estados Unidos.
O embaixador sublinhou que o bloqueio, em vigor desde 1961, é o mais prolongado e abrangente da história da humanidade e configura como uma violação grave dos direitos internacionais e um acto de hostilidade injustificado.
“Este ano, além das pressões dos Estados Unidos, só 7 países votaram contra a resolução cubana, vemos também isto como uma vitória do mundo, como uma vitória da dignidade”, referiu.
Para Turcos López, é um bloqueio que atinge directamente o povo cubano, causando danos estimados em mais de 7 mil milhões de dólares no último ano, afectando sectores essenciais como saúde, educação e cooperação internacional.
O diplomata destacou ainda que o bloqueio impede Cuba de adquirir medicamentos e equipamentos médicos com componentes norte-americanos, limitando inclusive as transações bancárias com o exterior.
Segundo disse o diplomata, Cuba tem tido situações muito difíceis sendo que por vezes, tem tido navios em frente a costa cubana com produtos que não podem pagar nem receber as mercadorias, porque não há bancos que aceitem realizar a transação.
“Nos não somos inimigos dos Estados Unidos, não existe uma guerra entre Cuba e Estados Unidos, por quê? Cuba pode ser um inimigo dos Estados Unidos, nós não nos consideramos inimigos dos povos norte-americanos, nem temos tomado nenhuma medida, nenhuma acção, só temos defendido nossa soberania e independência”, precisou.
Apesar das dificuldades, o representante cubano reafirmou o compromisso do seu país com a solidariedade internacional, sublinhando que Cuba mantém missões médicas em mais de 50 países.
“O bloqueio não é apenas um crime contra Cuba, é um crime contra todos os povos que beneficiam da cooperação cubana”, concluiu, reiterando o agradecimento pela solidariedade constante de Cabo Verde.
Com Inforpress
 

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