David Moreira: “Jogar um Mundial por Cabo Verde será um sonho”
O jovem atleta do Sporting Clube de Portugal B, internacional cabo-verdiano, David Moreira, esteve de fora da convocatória dos dois últimos encontros dos Tubarões Azuis, mas acalenta esperanças de estar no Estados Unidos, Canadá e México com a selecção de Cabo Verde. O Jornal CV Sport Jogo Limpo retoma entrevista publicada no jornal Abola.
— Ficou fora da última convocatória de Cabo Verde, mas como viveu o apuramento para a fase final do mundial?
Vivi como se estivesse lá. Fiquei muito contente, muito feliz pela seleção, pelos jogadores e, principalmente, pelo país. Mereciam; trabalharam muito para isto.
— Cabo Verde sempre teve muito talento mas nunca tinha garantido um Mundial. Há uma espécie de justiça poética neste feito?
¬— Chegou a altura de Cabo Verde ir para o Mundial. E não é um trabalho só de agora, já é um trabalho de há muito tempo e é mais do que justo.

— Como encara a possibilidade de estar na fase final do Mundial?
— É um sonho e acho que é um objetivo de qualquer jogador. Jogar o Mundial é o topo do topo. Mas não só para mim, é um sonho para qualquer jogador e qualquer menino.
— Foi chamado uma vez para uma seleção jovem de Portugal mas optou por Cabo Verde. Porquê?
— Era um país de que eu queria fazer parte, que queria ajudar também a crescer. Sinto que está numa fase muito boa e neste período pode crescer muito e eu quero fazer parte desse crescimento e quero ajudar ainda a crescer ainda mais.
— Pai cabo-verdiano, mãe timorense, mas viveu sempre em Portugal. De que nacionalidade se sente mais?
— Sinto-me um pouco de tudo. Claro que cresci e fiz a vida toda aqui em Portugal, mas a família da parte do meu pai é de Cabo Verde e também de São Tomé. A mistura ainda é maior. Cresci muito com esse lado com o do meu pai mas também da minha mãe. Gosto muito das comidas, já fui duas ou três vezes a Timor e gostei muito do país.
— Julga que conhecer uma realidade tão diferente como a timorense lhe fez bem?
—Fez-me crescer, não só ter ido lá, mas também já tinha ido com o Sporting a África. Mas também já estive na Malásia com o Sporting. Ajuda-nos a ver outra realidade além de Portugal e a crescer muito.
— Há jogadores de muito talento de origem cabo-verdiana que nunca jogaram por esta seleção mas por Portugal, como Nani ou Gelson. De qual gosta mais?
— Gostava muito dos dois. Foram jogadores que jogaram no Sporting enquanto eu crescia e acompanhei-os gostava muito do Gelson.



