Cafu: Profissional trainer e proprietário de Ginásio após arrumar as chuteiras enquanto futebolista profissional

Cafu: Profissional trainer e proprietário de Ginásio após arrumar as chuteiras enquanto futebolista profissional
Depois de muitos anos como jogador profissional de futebol com passagens, entre outros, por clubes como o Boavista de Portugal e de ter representado a Seleção de Cabo Verde, Cafú abraçou a carreira de personal trainer, tendo para o efeito montado um ginásio em Matosinhos, na regiao do Porto .
“ Como ao longo da minha carreira de futebolista profissional tive muitos bons preparadores físicos, fui ganhando alguma experiência e gosto pela atividade. Logo quando pensei em arrumar as chuteiras, ainda jogando uma época pelo Salgueiros, isto há seis anos, resolvi abrir um ginásio que neste momento me ocupa o tempo todo”, contou.
Cafú diz que quando abriu o espaço tinha um sócio que orientava as atividades num determinado período, enquanto ele ainda dava uns toques na formação da Maia no campeonato distrital, mas depois da pandemia resolveu dedicar-se exclusivamente ao trabalho no ginásio que criou, confessando que tem“ sido uma experiência para mim muito boa, porque estou numa área que gosto e sempre fui apaixonado por treinos. Gosto de desafios e pensei em idealizar algo para que não ficasse muito tempo sem fazer nada como acontece com muitos jogadores quando deixam de jogar, por isso sinto-me bem naquilo que faço neste momento”.
O antigo futebolista profissional diz que nunca usa a marca registada no futebol para influenciar o que faz no seu ginásio, espaço que não colocou nenhuma lembrança enquanto jogava, por entender que se deve conquistar as coisas com o empenho, dedicação e muito trabalho e nunca pelo nome do passado. No entanto afirma que isso acaba sempre por ter alguma influência, porque depois as pessoas acabam por saber as informações sobre o percurso que se fez.
Entrada para o mundo do desporto
Cafú afirma que primeiramente começou com pedaladas de bicicleta, realçando que tinha bom domínio e fazia acrobacias. Depois passou a fazer skate e de seguida, começou a praticar o basquetebol, embora desse uns toques na bola nas ruas como qualquer criança.
“Quando iniciei a prática do futebol num clube foi aos 16 anos nos juniores de Almada, sem conhecer as regras fora de jogo e outras, corria o campo inteiro, sem noção da parte técnica, já antes fazia o futebol de rua, embora saltasse bem devido a prática do basquetebol, mas era coisa diferente para se cabecear uma bola”, frisou.
Com força e determinação para aprender, Cafú diz que conseguiu assimilar bem os conhecimentos transmitidos pelos treinadores, acabando por ser o melhor marcador da equipa no ano de estreia.
“Quando marquei os golos, dei entrevistas para a Rádio, e ganhei mais confiança e determinação para continuar a caminhada futebolística”, disse.
No ano seguinte, enquanto júnior Cafú disse que treinava e jogava também com os seniores de Almada onde foi campeão na divisão distrital, levando a equipa a subir para a terceira divisão. Fez mais uma época ao serviço da equipa, sendo depois contratado pelo Amora que militava na segunda divisão.
“Da Amora segunda B fui logo para a primeira divisão, sendo contratado pelo Belenenses por 3 épocas, portanto a minha ascensão foi rápida, por isso experimentei algumas dificuldades devido às exigências do escalão principal. No primeiro ano fiz três jogos saltando do banco, enquanto na época já era o décimo segundo jogador e entrava em campo com mais regularidade e no terceiro ano, comecei a rebentar entrando e marcando golos o que me garantiu a titularidade durante toda segunda volta do campeonato”, referiu.
Segundo avançou a cvsports.cv, no final do contrato os Belenenses decidiram pela renovação, mas surgiu boa proposta do Boavista, clube com o qual rubricou um contrato de 5 anos.
Durante a sua carreira, Cafu passou também pelo futebol da Alemanha (Siegen e Friburgo) e jogou no Chipre nas principais equipas locais (AEL Limassol, Anorthosis, Omonia Nicosia, Alki Larnaca).
Depois de 4 temporadas no futebol cipriota, regressa a Portugal, onde militou no Académico de Viseu, seguindo-se o Feirense, Freamunde, Salgueiros e terminou a carreira na formação da Maia, já com 43 anos de idade.
Seleção de Cabo Verde

Como já se disse, Cafú nasceu em Portugal, filho de pais cabo-verdianos. Nunca tinha estado em Cabo Verde, onde partiram a mãe ainda criança e o pai muito jovem.
Os primeiros contactos, como adiantou a nossa reportagem, partiram do Alexandre Alhinho, que "me telefonou e depois veio ao Porto eu jogava no Boavista para falar comigo, disse-lhe que tinha férias marcadas para conhecer a terra dos meus pais”.
No final da época no campeonato português ao serviço dos axadrezados, Cafú viajou para a cidade da Praia, onde disse ter sido bem recebido e acompanhado do Presidente da Federação, Mário Semedo, assistiu um jogo do regional da Santiago Sul no estádio da Várzea.
“Estando de férias e tomado contacto com Cabo Verde, fiquei praticamente convencido em representar o combinado cabo-verdiano, embora pudesse também pensar na hipótese da seleção portuguesa. Mas o Alhinho quando regressei a Portugal foi comigo fazer o passaporte cabo-verdiano em Lisboa e acabei por representar a seleção de Cabo Verde”.
Para Cafu, conhecer as origens e vestir a camisola de Cabo Verde" foi uma das melhores decisões que tomei".
O primeiro jogo como internacional cabo-verdiano foi contra a Suazilândia em 2003, seguindo-se outros, mas destaca as partidas disputadas no estádio da várzea e a forma como era acarinhado pelo público quando marcava golos.
“ Jogos em casa, quando marcava golos, os adeptos me aplaudiam e isso me fazia sentir feliz… eu corria muito e com sentido na baliza… levava as coisas a sério tanto na seleção como no clube, tinha sempre objetivo de dar o máximo e ganhar jogos”, adiantou.
Vestiu a camisola dos Tubarões azuis por 15 vezes e marcou 5 golos.
Cafu diz que a sua vinda para a Seleção nacional deu outra visibilidade à equipa, porquanto militava no Boavista que já foi campeão em Portugal e participava regularmente em competições da UEFA. Reconhece que a presença no combinado cabo-verdiano também lhe deu mais visibilidade internacional, devido às referências feitas nos canais da FIFA, da CAF e na imprensa estrangeira.
Como qualquer um que esteve muito tempo ligado ao futebol enquanto jogador, Cafu ambiciona tirar um curso e obter o certificado que lhe permite abraçar a carreira de treinador profissional .