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Guiné Bissau: Militares assumem "controlo total do país" e "suspendem" todo o processo eleitoral

Guiné Bissau: Militares assumem "controlo total do país" e "suspendem" todo o processo eleitoral


Os militares na Guiné-Bissau anunciaram esta quarta-feira que assumiram o "controlo total do país", "suspenderam o processo eleitoral" e fecharam as fronteiras, enquanto o país aguarda os resultados das eleições presidenciais e legislativas realizadas no domingo.
O anúncio foi feito pelos próprios militares, que leram um comunicado na sede do Estado-Maior das Forças Armadas, na capital Bissau, segundo a agência France-Presse.
Num comunicado lido na televisão estatal guineense TGB pelo porta-voz do Alto Comando Militar, Dinis N´Tchama, foi informado que os militares assumiram a liderança do país.
Na comunicação informa-se que foi "instaurado pelas altas chefias militares dos diferentes ramos das Forças Armadas, o Alto Comando Militar para a restauração da segurança nacional e ordem pública" e que o mesmo "acaba de assumir plenitude dos poderes de Estado da República da Guiné-Bissau".
O Alto Comando Militar informa que depôs o Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, e que encerrou, “até novas ordens, todas as instituições da República da Guiné-Bissau”.
Informa ainda que estão suspensas “as atividades de todos os órgãos de comunicação social", assim como decidiu “suspender imediatamente o processo eleitoral em curso”.
Os militares encerraram também todas as fronteiras do país, terrestres, marítimas e espaço aéreo nacional, e estabeleceram “recolher obrigatório das 19:00 até 06:00, até repostas as condições necessárias para restaurar a normalidade constitucional do Estado guineense”.
No comunicado, explica que se trata de uma reação “à descoberta de um plano em curso de destabilização do país”, atribuído a “alguns políticos nacionais com a participação de conhecidos barões de droga nacionais e estrangeiros”.
Segundo os militares, o plano consistiria na “tentativa de manipulação dos resultados eleitorais” das eleições gerais de domingo, cuja divulgação estava agendada para quinta-feira.

O Alto Comando Militar acrescenta que “foi descoberto pelo Serviço de Informação de Estado um depósito de armamento de guerra” destinado à “efetivação desse plano”.

O Alto Comando Militar exercerá o poder do Estado a contar da data de hoje “até que toda a situação seja convenientemente esclarecida e respostas as condições para o pleno retorno à normalidade constitucional”, acrescenta.
Os militares apelam “à calma, à colaboração dos guineenses e compreensão de todos perante” o que classificam como “grave situação imposta por uma emergência nacional".
A antecedes esta comunicação, foram registados tiros de armas ligeiras na cidade de Bissau, capital da Guiné-Bissau. Há relatos de que o presidente Umaro Sissoco Embaló foi detido, enquanto os militares anunciaram o "controlo total do país". 
O candidato à presidência da República da Guiné-Bissau, Fernando Dias, considera que o que está a acontecer no país é uma "intentona". O líder do PRS falava aos jornalistas na sede de campanha.
A RTP sabe que milícias armadas invadiram o local onde o candidato falava aos jornalistas. Fernando Dias e também Domingos Simões Pereira, líder do PAIGC, terão sido detidos.
 

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