Treinador Mané Trovoada: Orgulhoso do trabalho feito e lamento em poder partir por falta de condições

Em entrevista ao Discurso Directo da RCV, Emanuel Trovoada disse que se sente orgulhoso de trabalhar para o engrandecimento do basquetebol de Cabo Verde e da Seleção Nacional em particular, mas queixa-se da falta de condições para desenvolver da melhor forma o seu trabalho.
“ Sinto que tenho carinho do publico, vou ao mercado e vejo uma senhora e outras pessoas a me dizerem não se vá embora antes de nos dar ouro, isso deixa-nos alegres, mas ficamos tristes por quem de direito não criar as condições necessárias para se trabalhar. Tenho família e não é justo estar a sacrifica-la sempre, quando as coisas não evoluem em termos de condições para que se possa trabalhar da melhor maneira”, disse o treinador.

Trovoada elogia o trabalho dos jogadores que nos últimos anos têm dado o melhor de si para representar o país. Segundo ele, alguns já começam a dar sinais de insatisfação devido a falta de condições pelo esforço que fazem para saírem dos clubes muitas vezes com pressões, e virem representar o combinado nacional.
“Temos Jogadores que já levam quase vinte anos a vestir a camisa da Seleção caso o Ivan Almeida, o Michel já com dezesseis anos e outros , que têm orgulho de representar Cabo Verde, mas precisam de ver o seu trabalho a ser valorizado, quando digo isso, falo na criação de condições que possam dignificar o trabalho que realizam. Assim como os dirigentes políticos, embaixadores e outros representam o país, as Seleções também fazem o mesmo ao mais alto nível, por isso penso que deveriam ter o tratamento mais adequado em termos das saídas e entradas nos aeroportos assim acontece noutras paragens, afirmou.
Para o treinador selecionador nacional de Basquetebol, é preciso que se melhorem os meios e que os mesmos sejam disponibilizados a tempo e horas, para facilitar toda a planificação e melhor organização, e se possa trabalhar sem pressão e grandes sobressaltos.

Emanuel Trovoada diz que com a qualificação da Seleção para o Afrobastek deste ano em Angola, país de boa memória para o basquete nacional, porque foi lá que se conseguiu o bronze em 2007, neste momento já se devia ter as passagens e outras condições definidas e não deixar as coisas para em cima da hora, para não complicar a vida de todos e até aumentar os custos.
Voltando ao seu futuro, Emanuel Trovoada afirma que isso a Deus pertence, mas durante a entrevista ao Discurso Directo RCV, disse que tem vontade de abraçar novos projectos, de treinar equipas e ou mesmo Seleções e que não tem medo de trabalhar.
Nas suas palavras, pode-se depreender que está mais inclinado em partir , caso as coisas não melhorarem para que possa continuar em Cabo Verde.
Adiantou que neste momento tem tudo preparado , as coisas organizadas em termos de elementos orientadores, afirmando que caso saia, a nova equipa técnica não começará o trabalho no vazio.